Entrevista com o professor Laurie Hartman

Laurie Hartman

Rio de Janeiro, abril de 2017

Prof. Laurie Hartman

Lembro-me de tê-lo convidado a ensinar no Brasil 17 anos atrás! Gostaria de dizer que é um grande prazer tê-lo aqui e que valeu a pena ter esperado todo este tempo! Como foi esta viagem para você?
LH – Em primeiro lugar, quero dizer que gostei muito de ter tido a oportunidade de ensinar pela primeira vez no Brasil a convite do COBRA e de ter contado com a participação integral de osteopatas em ambos os cursos.
Também gostei de ter conhecido o Rio de Janeiro. Achei a cidade bonita, cheia de vida e contradições. Fiquei impressionado como a praia é tão utilizada! Vi da janela do hotel pessoas jogando futebol às 3 da manhã!

Quando você decidiu estudar osteopatia?
LH – Quando eu estava na escola secundária, eu queria estudar medicina. Naquele tempo o latim era um pré-requisito para medicina mas infelizmente eu não havia estudado latim na escola.
Neste período, eu estava tendo problemas de dores nas costas e os meus pais me levaram para visitar um espiritualista que havia sido recomendado a eles. Durante a visita, ele me disse que eu deveria aprender osteopatia.
Aos 16 anos de idade, fui junto com os meus pais visitar a BSO e após uma entrevista, eu recebi a oferta para comecar o curso em poucos meses. Inicialmente, foi um susto para mim, pois não esperava ser aceito tão rapidamente!
Éramos somente 16 estudantes e eu me qualifiquei como osteopata aos 20 anos de idade. Nós tínhamos 40 horas de prática por semana e muitas vezes praticávamos à noite e aos sábados.

Prof. Laurie Hartman

<strong>Alguma outra atividade o ajudou a desenvolver a sua postura e aplicar os vetores antes de usar a velocidade nas técnicas?</strong>
<strong>LH</strong> – Dez anos após concluir o curso de osteopatia na BSO, eu comecei a aprender caratê. Por 20 anos, pratiquei arduamente e até me tornei faixa preta. Foi com o caratê que aprendi a ter mais foco, a me relacionar com as pessoas.
Durante esta época, eu tambem ensinava na BSO e percebi várias similaridades entre a osteopatia e as lutas marciais. Acho que pode ser uma ótima introdução. Não estou dizendo que todos devem praticar as lutas marciais, mas mesmo uma introdução de poucas semanas pode ajudar na prática osteopática e aumentar a rapidez no impulso do thrust.

<strong>Qual é a diferenca que você observa hoje em dia ao comparar os estudantes osteopatas do passado com os estudantes atuais?</strong>
<strong>LH</strong> – Os estudantes atuais usam mais a inteligência, enquanto no passado eram mais práticos. Parece-me que as pessoas que são mais práticas aprendem mais rapidamente as técnicas osteopáticas.
Quando eu ensino, procuro ser o mais específico possível. Sei que não é facil reproduzir este conceito imediatamente, mas mesmo que o/a estudante não consiga realizar o thurst, ele/a poderá executar a mesma manobra durante a articulação com precisão e obter uma mudança positiva

<strong>Qual foi a sua impressão após o primeiro dia do primeiro curso “Membros Superiores”?</strong>
<strong>LH</strong> – A mudança de muitos participantes foi imensa no segundo dia, após terem entendido o que eu estava tentando explicar sobre a postura na prática das técnicas. Isto ajudou a muitos a se concentrarem na rapidez dos thrusts.

<strong>Qual seria a sua recomendação aos osteopatas brasileiros após este primeiro contato?</strong>
<strong>LH</strong> – A primeira recomendação é que eles devem ajustar e melhorar a postura e o posicionamento alinhado ao usarem técnicas osteopáticas de manipulação e articulação.
A segunda recomendação é de eles então melhorarem a rapidez do impulso dos thursts, pois senão as técnicas não funcionarão.
Ao meu ver, estes são os dois fatores nos quais eles devem se concentrar: postura e rapidez na execução!